domingo, 8 de junho de 2008

Depoimento de um extra-terreno

Quando se espera por algo tão importante, o tempo teima em não passar e quando a espera chega ao fim, nos tornamos humanos desesperados!
Talvez eu seja mesmo um humano, mas não sou deste planeta!
Estou aqui por que por engano estava dentro de uma nave enviada a este planeta para cumprir uma missão de paz quando eu era ainda apenas um bebê!
Fui encontrado só quando a nave pairou seu trem de pouso em solo terráquio!
Armaram acampamento em uma área remota, onde me tiraram da nave e me levaram para dentro de uma das barracas para me alimentar e cuidar das minhas necessidades que todo bebê tem!
Meus irmãos alienígenas estudaram a água e o solo antes de tentarem qualquer contato com os seres "estra-terrestres".
Chegado o momento, eles procuraram fazer uma experiência de apenas observação de relacionamento social humano.
Ficaram absmados quando tomaram conhecimento de onde a sociedade humana tem seus princípios. A "cultura do vai-e-vem" que suga a mente e a cultura gerada por centenas de anos por povos de mais variadas raças e lugares, os assombraram. Se escandalizaram quando viram que os terráquios desconhecem e nem se importam com a situação política de sua cidade, estado ou país e ainda ri de sua própria ignorância enquanto bate a mão no peito ostentando um grandioso "Num tô nem aí". A pesquisa ainda não parou por aí, o resultado ainda revelou a crueldade humana em que um pai joga sua própria filha do sexto andar de um prédio, corrupções dos mais diversos tipos, desde o troco não devolvido até a verba desviada, roubos de balas até os assautos a mão armada, ultrapassagens pelo acostamento e até quimbas de cigarros jogados ao ar.
O final da pesquisa foi tão tenebroso que meus irmãos alienígenas fugiram assustados e com pressa daquele local. O susto foi tão grande que não se lembraram nem mesmo daquele bebê chorando dentro de uma das barracas.
Um casal de terráquios que passavam por ali ao acaso, encontraram aquela criança chorando e se afeiçoaram a ela. Eles o levaram para casa e o criaram como se fosse seu próprio filho, me deram carinho, atenção e muito amor.
Aquele casal nunca contou essa história a criança. O que eles não sabiam, é que aquela criança descobriria tudo por uma conclusão lógica resultada de um raciocínio!
Eu passei a conhecer o resultado da pesquisa, e também sairia correndo deste planeta se eu pudesse!
Não me tornei nem um tipo de marginalizado, mas estou sozinho!
Hoje sobrevivo em meio a um mar de confusões e tenho como inimigo o pior de todos os inimigos: O tempo!
E se eu não puder voltar pra casa, eu quero o meu peixinho dourado que nada contra a correnteza!!!

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