segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Depois de tanto tempo

É gelo o que me vai na alma...
E queima com a crueldade do abandono, sinto o corpo triste e a chama da vida abandonou-me, fugiu pela janela aberta, com medo de ser morta pelo bafo gelado que me cedeste num copo de pé alto, com exagero camuflado; bebi-lhe a angústia interior, sem perceber que estava a morrer.
Sim! A morrer.
Sentindo com as pernas de criança as angustias de um adulto.
"Eu não quero morrer agora! Eu não quero sofrer! Pára! Por favor?!"
Então eu corro! Corro como um desesperado, para longe, onde eu não possa ver, onde eu não possa saber, onde eu não possa nem mesmo sentir.
Mas o meu coração teima em querer te dar algo que você não merece...
Eu não quero, mas que droga!
De costas para mim, você não sabe, não vê, não sente, e não se importa em saber, em ver e nem em sentir.
Aliás, você nunca sentiu, mentiu para mim e me fez acreditar.
Me jogou fora como um copo descartável.
Tudo que desejo é esquecer você, rasgar em pedaços e depois colocar fogo nesta pagina da minha vida que você escreveu zombando de mim.
Quero pender a cabeça de cansaço, para o lado e saber que não voltará a doer tanto, nem nada poderá doer mais.
Deparei-me com este meu amado cantinho de desabafos, outrora tão movimentado, e agora tão perdido e só tenho a dizer que o meu coração ainda está pequeno para a dor que o assóla.
Estou de regresso, aos poucos, mas estou de regresso... Eu espero...

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