terça-feira, 30 de junho de 2009

É

É tão cruel e quieta esta noite, quanto foi esse dia para terminar!
Mais um dia longe de você, com a solidão tão intensa que posso ouvir o vento frio soprando lá fora.
Então... é assim...
É calado que fico
é no silencio que sofro
é na minha mente cruel que vejo
é na alma que sinto
é no coração que sangro
é na pele que sinto
é do beijo que lembro
é na queda que enlaço o mundo
é no sonhar que existo
é na imaginação que me perco
é na palavra que me conforto
é na doçura que me embalo
é a perda que choro
é na pedra que me sento
é na nuvem que tropeço
é na agua que morro
é na mágoa que escarneço
é no ouvir que procuro
é no ver, que me engano
é no sentir que não sente
é na mão que me mato
é no sangue que eu perco
é com ar que me sufoco
é na tortura que me reconheço
é na alma que me inquieto, num fôlego que não vejo, neste ar contaminado, ancioso inspiro...
e no fim… adormeço.

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